sábado, 24 de agosto de 2013

You May Say I'm a Dreamer, But I'm Not The Only One (parte 3): Eles não ligam para nós

Ninguém superava Michael Jackson. Estrela desde os tempos de Jackson 5, o cantor havia alcançado o inimaginável com o disco Thriller, que se tornou recordista absoluto de vendas, com o Moonwalk, passo de dança mais famoso do mundo, e era disputado por patrocinadores e emissoras de televisão.  Mesmo assim, Michael se mostrava muito preocupado com o futuro do mundo, principalmente das crianças, nunca deixando de prestar ajuda humanitária. Sua primeira grande ação foi a música "We Are The World". Nela, Michael convocou uma legião de grandes artistas americanos para gravá-la, e usou o dinheiro com a venda do single para combater a fome na África.



No entanto, o artista foi além. Insatisfeito com a realidade mundial de guerras, fome, ódio e preconceito, gravou a música "Man in the Mirror", lançada no disco "Bad". Essa canção fala de como a mudança do mundo tem que começar com a mudança do homem que você vê no espelho, e que começando por você, é possível mudar o mundo definitivamente, o que, não surpreendentemente, é uma mensagem muito semelhante a de "Imagine". (aqui a letra de Man in The Mirror).

Outro fato marcante da música é o seu videoclipe:


A clipe conjuga imagens da fome no mundo, do sofrimento das crianças e dos sem-teto,de manifestações racistas, da violência policial, das guerras que assolavam boa parte do mundo com pessoas e ações que tentavam mudar essa realidade, mostrando grandes humanitários, como os já citados aqui na série, John Lennon e Martin Luther King, além de nomes como John e Robert Kennedy, Gandhi, Madre Teresa de Calcutá, Bob Geldof (idealizador do Live Aid), e anônimos que são tão importantes nessa luta quanto as grandes personalidades.

Não satisfeito, Michael deu outro passo na sua crítica à realidade do mundo, gravando a música "They Don't Care About Us" (Eles não ligam para nós). A letra é tão impactante quanto a de Man in the Mirror, com a grande diferença que é direcionada aos "comandantes do mundo", ou seja, governantes, grandes empresários, banqueiros, etc, valendo a pena transcrever o refrão e outras partes da música (a letra completa aqui):

"Tudo o que eu quero dizer é que
Eles realmente não ligam pra gente"
"Diga-me o que aconteceu com minha vida
Eu tenho esposa e dois filhos que me amam
Eu sou vítima da brutalidade policial, agora

Estou cansado de ser vítima do ódio
Você acaba com meu orgulho. Oh, pelo amor de Deus
Olho pro céu pra cumprir a profecia
Liberte-me"
"Estou cansado de ser vítima da vergonha
Jogaram-me numa classe com o nome sujo
Não acredito que essa é a terra de onde vim"

Além disso, a música ganhou 2 videoclipes, um deles gravado simulando uma penitenciária (lugar de negros e pobres esquecidos pela elite) e o outro no Brasil, no Morro Santa Marta e no Pelourinho (também lugares de negros e pobres esquecidos pela elite).

"Coincidentemente", a partir dessa nova faceta mostrada pelo Rei do Pop, começaram a surgir diversas controvérsias em relação à vida pessoal do cantor, com alegações de abusos de menores (alguns deles já comprovadamente falsos), a polêmica de seu "embranquecimento" e das sucessivas cirurgias plásticas. Com isso, Michael passou a ser vítima da perversidade da mídia (e isso é recorrente, como será visto), fazendo-se com que a popularidade alcançasse um nível baixíssimo. 

Apesar disso, Michael nunca deixou de ajudar o próximo e ainda tinha uma enorme legião de fãs, o que ficou muito evidenciado quando anunciou o retorno aos palcos para uma série de shows, cujos ingressos se esgotaram em minutos. Entretanto, tais shows nunca aconteceram. Michael morreu em 2009, quando já ensaiava para os shows, vítima de uma overdose de medicamentos controlados. Como é notório, o seu médico particular, Dr. Conrad Murray, está sendo processado por homicídio culposo.

A questão aqui é: há indícios de que a nova turnê do Michael teria um cunho bem parecido com o das músicas "Man in the Mirror" e "They Don't Care About Us", usando a turnê para denunciar o descaso da elite com a realidade do mundo, e sua inclinação a manter o status quo. Vejam esses vídeos:

 

 

Tirem suas conclusões, mas reparem que tanto Michael, quanto Martin Luther King e John Lennon foram assassinados em situações no mínimo nebulosas, e não foram os únicos, como explicarei nos próximos posts da série.

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